A Chapada dos Guimarães, no Mato Grosso, é um destino perfeito para os amantes do ecoturismo.
É rodeada por cachoeiras, mirantes, lagos, cavernas e trilhas. Além dos mais de 150 km de paredões de arenito vermelho-alaranjado, marca registrada da Chapada dos Guimarães.
Em meio a uma natureza típica de cerrado, está localizada a apenas 67 km da capital Cuiabá e costuma ser visitada em viagens combinadas com o Pantanal Norte e Nobres.
Inclusive, de todas as Chapadas do Brasil, a dos Guimarães sem dúvida é a que tem o acesso mais fácil. Saindo tanto de Nobres quanto de Cuiabá as estradas são ótimas.
Aqui nesta matéria eu preparei um guia completo com dicas sobre:
- Quando ir para Chapada dos Guimarães
- Como ir para Chapada dos Guimarães
- Precisa de carro na Chapada?
- Quantos dias ficar na Chapada?
- Como contratar um guia
- O que fazer na Chapada dos Guimarães
- Onde comer na Chapada dos Guimarães
- Hotéis e Pousadas na Chapada dos Guimarães
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Chapada dos Guimarães – Mato Grosso
O município da Chapada dos Guimarães é vizinha da capital mato-grossense e considerada a chapada com acesso mais fácil do Brasil. A cidade é pequena, com menos de 20 mil habitantes, e possui uma excelente infraestrutura para o turismo.
Para preservar toda essa beleza natural da Chapada dos Guimarães, se justificou a criação, em 1989, do parque nacional que leva seu nome.
O Parque Nacional da Chapada dos Guimarães protege 33 hectares e tem o objetivo de manter o ecossistema local e assegurar a preservação de seus recursos. Hoje o parque é considerado um dos Patrimônios Mundiais da Humanidade pela Unesco.
1 – Quando ir para Chapada dos Guimarães
A Chapada dos Guimarães tem duas estações muito bem definidas. O inverno e o verão. Ou a seca e a cheia. E embora a Chapada possa ser visitada durante o ano todo, tenho algumas recomendações para você.
Para visitar a região no verão (seca) você precisa se programar para ir entre os meses de Abril e Setembro. Neste período as temperaturas são altas, não chove e a água fica bem clarinha e transparente.
Também é a melhor época para tomar banho de cachoeira e desfrutar das melhores vistas nos mirantes da Chapada dos Guimarães.
Único problema do verão (seca) é que você pode encontrar alguns rios e cachoeiras com volume de água baixo. E também há risco de queimada, pela falta de umidade no ar.
Agora para visitar a região no inverno (cheia) os meses são de Outubro a Março. A vantagem são as cachoeiras com volume maior de água, mas infelizmente elas tendem ficar turvas e com muitos galhos.
Neste período também há muita neblina, o que pode prejudicar a visibilidade dos mirantes, as fotografias, e inclusive alguns passeios. E não podemos nos esquecer dos riscos das trombas d’água. Se puder, evite Dezembro, o mês com maior incidência de chuva.
Por fim, sempre recomendamos também se certificar e conferir a previsão do tempo antes de planejar uma viagem.
Na primeira vez nós visitamos a Chapada dos Guimarães no mês de Maio, já a segunda foi no mês de Agosto. Ambas viagens foram ótimas.
2 – Como ir para Chapada dos Guimarães
A maneira mais fácil de chegar e mais rápida é pegar um voo até Cuiabá, que está a apenas 67 km da Chapada dos Guimarães. Dá aproximadamente 1 hora de estrada. Bem tranquilo.
Do Aeroporto de Cuiabá você tem duas opções. Pegar um ônibus ou alugar um carro.
Eu particularmente acho mais prático alugar um carro, mas falarei sobre isso no tópico adiante “Precisa de carro na Chapada dos Guimarães?“.
O acesso de Cuiabá até a Chapada dos Guimarães é feito pela Rodovia Emanuel Pinheiro – MT 251, que corta o parque durante boa parte do trajeto. No caminho já é possível se encantar com os cenários dos paredões de arenito vermelho-alaranjado.
A rodovia é asfaltada, tranquila, porém tem partes com pista simples e sem acostamento. Neste momento é bom ter atenção redobrada.
Para quem optar ir de ônibus, saindo do aeroporto é preciso ir até a rodoviária de Cuiabá. De lá são duas empresas que atendem o destino, a Viação Rubi e a Expresso Chapadense. Durante o dia há vários horários e a viagem dura cerca de 90 minutos.
Para quem vai direto de Nobres para a Chapada dos Guimarães o percurso demora cerca de 2 horas.
3 – Precisa de carro na Chapada?
Para nós super valeu a pena o aluguel do carro na Chapada dos Guimarães e vamos te explicar porque.
São vários pontos para analisar. Já adianto que para fazer qualquer passeio, você vai precisar de um carro para chegar até o local. Inclusive alguns passeios exigem carro 4×4.
Outro ponto, é que com o carro você consegue contratar somente a diária do guia, sem transporte.
A verdade é que a Chapada dos Guimarães não é um destino muito barato. Então além de gastar com a diária dos guias, que é obrigatório, sem o carro você também terá que pagar pelo transporte, ficando um valor mais elevado.
Mas caso mesmo assim você preferia ir sem carro, tente formar grupos na sua hospedagem. Isso pode tornar o custo do transporte mais barato. Por exemplo, ao contratar os passeios diretamente nas agências, você pode pagar R$ 750 para ir sozinho ou R$ 225 para ir em um grupo de 4 pessoas. Também é uma questão para se analisar.
Para nós, colocando tudo na ponta do lápis, valeu muito mais a pena alugar um carro e ter mais flexibilidade para fazer os passeios e também para negociar com os guias.
Agora, se você for em época de chuvas, não encare as estradas sem um carro 4×4. Ok?
4 – Quantos dias ficar na Chapada?
Três a quatro dias são perfeitos para aproveitar e conhecer bem a região da Chapada dos Guimarães.
Os dias podem ser divididos entre o Circuito das Cachoeiras (dia inteiro), o Circuito das Cavernas (dia inteiro), o Trekking até o Morro de São Jerônimo (dia inteiro), a Cidade das Pedras (meio dia), a Águas do Cerrado (dia inteiro) e o Vale do Rio Claro (meio dia).
Se tiver oportunidade, estique alguns dias para ir conhecer Cuiabá, Nobres e o Pantanal Norte.
Em nossa primeira viagem nós ficamos um dia em Cuiabá, quatro dias em Nobres e dois dias na Chapada dos Guimarães.
Já na segunda viagem nós ficamos cinco dias no Pantanal Norte e dois dias na Chapada dos Guimarães.
5 – Como contratar um guia
Como eu mencionei alguns tópicos acima, praticamente todos os passeios na Chapada dos Guimarães pedem o acompanhamento de um guia.
Para encontrar um guia credenciado, nós indicamos o site do EcoBooking. Nele você encontrará guias pela região e também pela língua falada.
Nós fizemos o Circuito da Cavernas com o Pablo (65 99295.0665), o Circuito das Cachoeiras com a Aidê (65 9609.1705), a Cidade de Pedra e o Vale do Rio Claro com o Alfredo (via Camila 65 99611.058). Todos foram ótimos e super recomendamos.
6 – O que fazer na Chapada dos Guimarães
A lista de atrativos é grande e aqui vamos apresentar as melhores opções para você planejar seu roteiro. Prepare-se, pois esta será uma viagem única!
Afinal, a Chapada dos Guimarães é um dos destinos mais autênticos que visitamos. Ela cativa com suas belezas exuberantes, paisagens inesquecíveis, cachoeiras imponentes, mirantes do cerrado e até uma das maiores cavernas de arenito do Brasil. Além disso conta com mais de 150 km de paredões de arenito vermelho-alaranjado que já é marca registrada da cidade.
Em meio a tanta natureza, a Chapada dos Guimarães, sem dúvida é um destino perfeito para os amantes do ecoturismo como nós.
– A Cachoeira Véu de Noiva (mirante)
Cartão postal da Chapada dos Guimarães, a Cachoeira Véu de Noiva é a mais procurada pelos turistas que visitam a cidade.
A cachoeira tem uma imponente queda de 86 metros que escore por um paredão de arenito formando um belo poço de água cristalina. Infelizmente o poço é interditado para banho por questões de segurança e por isso este passeio é apenas contemplativo.
Para visitar a Cachoeira Véu de Noiva é preciso acessar a entrada principal do Parque Nacional da Chapada dos Guimarães e percorrer por uma trilha auto guiada de 550 metros de extensão.
O horário de visitação é das 9h as 16h, e o parque conta com estacionamento, lanchonete, lojinhas de souvenirs e banheiros.
– Circuito das Cachoeiras
Para fazer o Circuito das Cachoeiras é obrigatória a contratação de um guia credenciado e do agendamento prévio no Parque, feito pelo próprio guia.
O percurso é formado por 7 cachoeiras. Andorinha, Piscinas Naturais, Prainha, Degraus, Pulo, Sonrisal e Véu de Noiva. Com exceção da Sonrisal e do Véu de Noiva, todas são liberadas para banho.
Esta trilha não é difícil, mas a caminhada tem pouca sombra, já que é realizada pelo cerrado com vegetação baixa. O trajeto tem 6 km de extensão entre ida e volta, e a duração média é de 5 horas. É um passeio de um dia inteiro.
Recomendamos levar lanche, água, repelente, protetor solar, boné e óculos de sol.
– Circuito das Cavernas
O Circuito das Cavernas fica em uma propriedade particular e lá nós tivemos que pagar uma taxa de R$65 por pessoa. Aqui também é obrigatório estar acompanhado de um guia credenciado.
A trilha tem um total 12 km de extensão, mas há alternativas para não precisar percorrer tudo isso. Você pode ir caminhando (6 km) e voltar de trator pelo valor de R$20. E foi isso que fizemos.
Durante o trajeto conhecemos três cavernas. A primeira foi a Aroe Jari, considerada a maior caverna de arenito do Brasil, com mais de 1550 m de extensão. Nós não chegamos a atravessar ela, porque boa parte está alagada e também porque não existe luminosidade. No entanto, na época de seca é possível avançar até os primeiros 700 m e claro que nós fizemos isso.
A segunda caverna que conhecemos foi a Lagoa Azul. Ela é apenas contemplativa e não é permitido mergulhar nesta água cristalina. Mas dá vontade, viu!
A terceira parada foi na caverna Kiogo Brado. Esta nos tivemos a experiência de atravessa-la. São 273 metros de um lado pro outro. A experiência é única.
Para este circuito não deixe de ir com calçados apropriados, de preferência com calça e não deixe de usar as caneleiras de couro, contra possíveis picadas de cobra. Elas são oferecidas na recepção.
– Cachoeira da Martinha
Essa é uma das cachoeiras para conhecer sem o acompanhamento de um guia. Caso você tenha pouco tempo na cidade, eu não recomendaria para o seu roteiro, mas caso deseje conhecer, veja as dicas abaixo.
Assim que chegar na Cachoeira da Martinha você pode estacionar seu carro no estacionamento oficial ou em um parada que há mais para frente. Caso opte pela segunda opção, não deixe nada no carro. Ok?
Por ser uma cachoeira aberta a visitação, ela é como se fosse a praia dos locais. Por isso evite ir aos finais de semana e feriados. Além de muito cheia, você vai encontrar grupos de pessoas fazendo churrasco, muitos lixos espalhados pela trilha e também pela cachoeira.
De toda forma, é uma bela cachoeira, com três grandes quedas que formam deliciosos poços para banho.
– Águas do Cerrado
A Águas do Cerrado ainda não é tão conhecida como as demais cachoeiras da Chapada dos Guimarães, mas com certeza vale muito a pena incluir no roteiro da viagem.
O percurso é formado por 8 cachoeiras: Orquídeas, Alma Gêmea, Pedra Encantada, Degraus, Coração, Cambará, Poço do Amor e Sossego.
A trilha é moderada e tem 8 km de extensão entre ida e volta. Também é possível realizar parte do percurso com um transporte oferecido pelos donos da propriedade. O valor é de R$10 por pessoa ida ou volta, e R$15 por pessoa ida e volta.
Na Águas do Cerrado é obrigatório ir acompanhado de um guia credenciado e a taxa de visitação é de R$75 por pessoa (com almoço incluso).
– Vale do Rio Claro
Localizado dentro do Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, o Vale do Rio Claro conta com 3 trilhas diferentes: a Crista de Galo, o Poço das Antas e o Poço Verde.
A primeira parada é na Crista de Galo. Para chegar lá fizemos uma pequena trilha de 50 mt, porém com uma leve inclinação. Ela dura no máximo 15 minutos e do topo é possível ter uma visão 360º da Chapada dos Guimarães.
A segunda parada é no Poço das Antas. Para chegar nela fizemos uma trilha curta de apenas 300 mt. Lá nós ficamos um tempo nadando nas águas calmas e cristalinas.
A última parada foi no Poço Verde. Nele nós descemos pelas corredeiras, durante 30 minutos, fazendo uma incrível flutuação de snorkel.
Para este passeio é necessário a contratação de um guia com carro 4×4.
– Cidade de Pedra
Cartão postal da Chapada dos Guimarães, a Cidade de Pedra é também um dos passeios mais procurados pelos turistas que visitam a cidade e já adianto que é um dos lugares mais fantásticos para entender e sentir de perto a Chapada.
Para visitação são necessários três itens obrigatórios: um carro 4×4, a emissão do voucher da reserva e um guia credenciado.
A caminhada pelas pedras é bem tranquila, tem um total de 2 km de extensão e dura cerca de 2 a 3 horas.
7 – Onde comer na Chapada dos Guimarães
Não tivemos muitas refeições na Chapada dos Guimarães, mas as poucas que tivemos, priorizamos pela gastronomia local e caseiras servidas nas fazendas dos passeios. Isso no almoço.
Para o jantar, comemos lanches e petiscos no centrinho. Há várias opções.
– Restaurante Véu de Noiva
No dia do Circuito das Cachoeiras você pode aproveitar para almoçar dentro do Parque Nacional, no Restaurante Véu de Noiva.
Lá nós comemos um Pintado a Milanesa, acompanhando de arroz e fritas (R$ 89).
– Fazenda Água Fria
No dia do Circuito das Cavernas nós almoçamos na própria fazenda. Você precisa deixar seu pedido agendando antes de iniciar a trilha.
Como estávamos em um grupo de 4 pessoas, cada um pediu um prato, e dividimos todas as delícias.
Não deixe de provar o Maria Izabel, prato típico do Mato Grosso.
8 – Hotéis e Pousadas na Chapada dos Guimarães
O Bosque da Neblina (diárias a partir de R$ 700) é puro charme e preza pelo aconchego dos hospedes. Está a apenas 3 km do centrinho, tem piscina e durante as noites fazem fogueiras ao ar livre.
A Pousada Penhasco (diárias a partir de R$ 440) fica dentro do Parque Nacional da Chapada dos Guimarães. É uma hospedagem simples, com piscina, área de lazer e muito contato com a natureza.
A Pousada Casa da Quineira (diárias a partir de R$ 510) tem piscina aquecida, lareira, lounge de uso comum com TV e decoração caprichada.
A Vento Sul Pousada (diárias a partir de R$ 280) foi a nossa escolha da segunda viagem. Ela fica próxima do centro histórico (1,4km), aceita pets, tem piscina e quartos com varanda térrea e rede para descanso. Nós adoramos e super valeu o custo-benefício.
A Pousada São José (diárias a partir de R$ 180) é uma hospedagem simples, com ambiente familiar, café da manhã incluso e com ótimo custo-benefício.
A Casa de Gabriel (diárias a partir de R$ 140) foi a nossa escolha da primeira viagem. É uma casa domiciliar, então você pode ou não cruzar com sua guest-house durante a estadia. As acomodações são simples, mas vale muito o custo-benefício.
Nota: Texto publicado em 02/04/2019 e atualizado em 06/10/2019
3 Comments
Vai ser minha primeira viagem depois dessa loucura toda. Já anotei todas as dicas. Obrigada!
Que delicia. Amo este lugar.
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